Regras PARA PROVA:
1. Sempre colocar nome-sobrenome e turma.
2. Não responder entre as perguntas (veja as flechas)
3. As respostas deverão ocorrer sempre após a última pergunta.
4. Pode ser usados frente e verso da folha.
5. Caso use folha separada lembrar-se sempre de por nome e ano. (mais do que uma folha, grampeie).
6. Caso responda a lápis, não será aceita nenhuma reclamação de nota.
7. Uso de corretivo em mais de uma palavra provocará desconto de nota.
8. Sempre será permitido o uso de dicionário em qualquer prova de história.
9. O esquecimento de materiais da disciplina de história provocará desconto de notas.
10.Trazer régua, borracha, caneta e lápis. Dicionário.
Pliniohistoria
Esse blog tem por objetivo discutir assuntos ligados a História. Spams,ofensas serão deletados.
domingo, 16 de fevereiro de 2014
sábado, 16 de março de 2013
O Elefante
Era uma vez seis amigos, todos cegos, que moravam na Índia -
terra dos maiores animais da terra, os elefantes. Naturalmente, sendo cegos, os
amigos não tinham a menor idéia de como era um elefante.
Um dia estavam sentados, conversando, quando escutaram um grande urro.
- Acho que está passando um elefante na rua. (Disse um deles).
- Então, é nossa chance de descobrir que tipo de criatura é esse tal de elefante. ( Disse outro).
E foram todos para a rua.
O primeiro cego esticou o braço e tocou na orelha do elefante.
- Ah! - Disse para si mesmo -, o elefante é uma coisa áspera, espalhada. É como um tapete.
O segundo cego pegou na tromba.
"Agora entendo", pensou. "O elefante é uma coisa cumprida e redonda. É como uma cobra gigante"
O terceiro cego pegou uma perna do elefante.
- Bom, eu jamais iria adivinhar! - espantou-se. - O elefante é alto e forte, igual a uma árvore.
O quarto cego pegou ao lado da barriga do elefante.
"Agora eu sei", pensou. "O elefante é largo e liso, como uma parede".
O quinto cego colocou a mão numa das presas.
- O elefante é um animal duro, pontudo, como uma lança - decidiu ele.
O sexto cego pegou no rabo do elefante.
- Ora, ora! - decepcionou-se. - Pode urrar bem forte, mas esse tal de elefante é apenas uma coisinha igual a uma cordinha fina!
Em seguida, sentaram-se juntos novamente, para conversarem sobre o elefante.
- Ele é áspero e espalhado, como um tapete! - disse o primeiro.
- Não, nada disso: ele é cumprido e roliço, como uma cobra - disse o segundo.
- Não fale uma bobagem dessas! - riu o terceiro. - Ele é alto e firme, como uma árvore!
- Ah, nada disso . resmungou o quarto. - Ele é largo e liso, como uma parede.
- Duro e pontudo, como uma lança! - gritou quinto.
- Fininho e cumprido, como uma cordinha! - berrou o sexto.
E aí começaram a brigar. Cada um insistia que tinha razão. Afinal, não o haviam tocado com as próprias mãos?
Um dia estavam sentados, conversando, quando escutaram um grande urro.
- Acho que está passando um elefante na rua. (Disse um deles).
- Então, é nossa chance de descobrir que tipo de criatura é esse tal de elefante. ( Disse outro).
E foram todos para a rua.
O primeiro cego esticou o braço e tocou na orelha do elefante.
- Ah! - Disse para si mesmo -, o elefante é uma coisa áspera, espalhada. É como um tapete.
O segundo cego pegou na tromba.
"Agora entendo", pensou. "O elefante é uma coisa cumprida e redonda. É como uma cobra gigante"
O terceiro cego pegou uma perna do elefante.
- Bom, eu jamais iria adivinhar! - espantou-se. - O elefante é alto e forte, igual a uma árvore.
O quarto cego pegou ao lado da barriga do elefante.
"Agora eu sei", pensou. "O elefante é largo e liso, como uma parede".
O quinto cego colocou a mão numa das presas.
- O elefante é um animal duro, pontudo, como uma lança - decidiu ele.
O sexto cego pegou no rabo do elefante.
- Ora, ora! - decepcionou-se. - Pode urrar bem forte, mas esse tal de elefante é apenas uma coisinha igual a uma cordinha fina!
Em seguida, sentaram-se juntos novamente, para conversarem sobre o elefante.
- Ele é áspero e espalhado, como um tapete! - disse o primeiro.
- Não, nada disso: ele é cumprido e roliço, como uma cobra - disse o segundo.
- Não fale uma bobagem dessas! - riu o terceiro. - Ele é alto e firme, como uma árvore!
- Ah, nada disso . resmungou o quarto. - Ele é largo e liso, como uma parede.
- Duro e pontudo, como uma lança! - gritou quinto.
- Fininho e cumprido, como uma cordinha! - berrou o sexto.
E aí começaram a brigar. Cada um insistia que tinha razão. Afinal, não o haviam tocado com as próprias mãos?
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Estado - Nação - Território - País
Assunto para 8 série( 9º ano)
Estado - Nação -
Território - País
Estado: é a
forma como a sociedade se organiza politicamente; é o ordenamento jurídico que
regula a convivência dos habitantes de um país; o conjunto das instituições com
seus funcionários que organizam e administram a sociedade.
Estado é uma comunidade organizada politicamente,
ocupando um território definido, normalmente aonde a lei máxima é uma Constituição escrita, e dirigida por um governo, também possuindo soberania reconhecida internamente e externamente. Um Estado soberano é
sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território". O
Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém o
monopólio legítimo do uso da força (coerção).
O reconhecimento da independência de um estado em
relação a outros, permitindo ao primeiro firmar acordos internacionais, é uma
condição fundamental para estabelecimento da soberania. O Estado pode também ser definido em termos de condições domésticas
(internas), especificamente (conforme descreveu Max Weber, entre outros) no que diz respeito ao monopólio do uso da violência (ou força).
O conceito parece ter origem nas antigas cidades-estados que se desenvolveram na antiguidade, em várias regiões do mundo, como a Suméria, a América Central e
no Extremo Oriente.
Em muitos casos, estas cidades-estados foram a certa altura da história
colocadas sob a tutela do governo dum reino ou império, seja por interesses econômicos
mútuos, seja por dominação pela força. O estado como unidade política básica no
mundo tem, em parte, vindo a evoluir no sentido de um supra nacionalismo, na
forma de organizações regionais, como é o caso da União Europeia.
Os agrupamentos sucessivos e cada vez maiores de
seres humanos procedem de tal forma a chegarem à ideia de Estado, cujas bases
foram determinadas na história mundial com a Ordem de Wetsfalia,
em 1648. A instituição estatal, que possui uma base de prescrições jurídicas e
sociais a serem seguidas, evidencia-se como “casa forte” das leis que devem regimentar
e regulamentar a vida em sociedade.
Desse modo, o Estado representa a
forma máxima de organização humana, somente transcendendo a ele a concepção de Comunidade Internacional
Nação: um coletivo humano com
características Comuns; um povo que fala a mesma língua, que tem as suas
tradições, costumes e religião, ligados por laços históricos e culturais.
Nação é um termo cujo significado varia muito consoante a perspectiva política de quem a emprega, e consoante se dá maior ou menor importância
aos vários fatores comumente assinalados para definir um grupo de indivíduos, ou comunidade humana, como uma nação. São esses fatores: tradições
culturais comuns (onde se inclui a etnia, língua, religião, mentalidade predominante, educação); diferenciação geográfica,
história, e, essencialmente, um sentimento generalizado nesse grupo de
indivíduos que comungam de uma mesma vontade (ou destino), apesar das diferenças individuais de cada um (diferenças essas que
podem incluir muitos
dos fatores acima mencionados), o que os leva a defender o seu direito de autodeterminação.
O termo, proveniente do latim, natio, era, inicialmente utilizado pelos estudantes das
Universidades medievais (em que se destacava a Universidade de Paris -
Sorbonne), que se organizavam em grupos com esse nome, devido ao fato de terem
proveniências diversas. Em cada nação falava-se a língua materna dos
estudantes, sendo estes regidos pelas leis dos seus próprios países.
Com a revolução francesa,
o termo "nação" foi utilizado para identificar o povo. É nesta
acepção política que emergem os Estados- nação europeus.
Muitas vezes, o nacionalismo (como sentimento comum de uma comunidade humana) entra em conflito
com os estados formados institucionalmente, o que leva a lutas políticas, guerrilhas, terrorismo (consoante o ponto de vista:
por exemplo, vários países - não obstante a dura repressão do governo indonésio - consideravam a guerrilha timorense como
terrorismo, o que em Portugal - e agora que Timor-Leste se
definiu como estado - não era de forma alguma aceite, tendo em conta o apoio
institucional dado a este movimento de libertação nacional)... Isso verifica-se
em comunidades várias: os curdos, os bascos, etc...
Território: é a base física sobre a qual um
Estado exerce sua soberania; o território é delimitado por fronteiras
políticas. O território de um país é formado pelo solo continental e insular
(cercado de águas, como uma ilha), o subsolo, o espaço aéreo e o território
marítimo.
País: podemos definir país como um território
politicamente delimitado por fronteiras com unidade político- administrativa
(Estado), habitado por uma comunidade (nação) com história própria
representada.
Um país, de uma forma
geral, é um território social, política, cultural e geograficamente delimitado.
A maioria dos países é administrada por um governo que mantém a soberania sobre
seu povo e seu território, garantindo assim o bom funcionamento e a ordem do
fluxo de atividades que envolvem a sua economia e a sua sociedade.
A definição de país não é necessariamente compatível com as definições de reino, império, república, nação e Estado, mas na atualidade, independentemente da forma de governo adotada, todos os Estados soberanos são considerados países.
Fonte:
Palavras sublinhadas ou em destaque :
http://pt.wikipedia.org/domingo, 17 de fevereiro de 2013
PRÉ- HISTÓRIA
Conhecendo
o homem da pré-história
Figura 4 – Imagem de um fogão
- Vocês já imaginaram como seria nosso dia-a-dia se não houvesse esses objetos e vestimentas?
- Há quanto tempo vocês acham que
eles existem?
- Como será que foram inventadas?
- Houve um tempo em que eles não
existiam.
- Como será que era a vida das pessoas
quando não existiam?
Hoje, aprenderemos como era a
vida destas pessoas que viveram em uma época chamada pré-história!
vídeo “Pré-história – Parte 1 Período
Paleolítico" . O vídeo tem a duração de cinco minutos e meio, e
aborda a temática da pré-história, explica o que foi tal época e como os seres
humanos viviam.
Imagem do vídeo “Pré-história”
- Vocês entenderam como foi o
período da pré-história?
- Quem poderia me falar o que
entendeu desse período?
- Como os homens se alimentavam?
- Por que será que eles eram
nômades (não fixavam moradia em um único lugar)?
- E os animais, será que também
eram nômades?
- Podemos dizer que eles
inventaram as vestimentas? Por quê?
- Alguém quer comentar algo sobre
o vídeo, ou tem alguma dúvida?
Curiosidades
1: As primeiras pessoas que habitaram à terra
são chamadas de “homens pré-históricos”
2: Os dinossauros já haviam sido extintos
quando esses homens habitaram a terra.
3: As casas ficavam em buracos nas pedras e
montanhas e eram denominadas de cavernas.
4: O modo de vida desses homens eram muito
diferentes dos que temos hoje.
5: Foram os homens pré-históricos que
inventaram o fogo.
6: Os homens da pré-história se alimentavam de
frutas, raízes e animais.
7: No início, os homens da pré-história não
construíam casas e nem plantavam alimentos.
8: Eram nômades, viviam em um determinado
lugar por um período e depois se mudavam em busca de mais alimentos.
9: Os homens da pré-história aprendeu a falar,
desenhar, plantar e construir moradias.
10: De acordo com pesquisadores, o homem
existe há cerca de 100 mil anos!
11: O início da escrita teve início com os
desenhos dos homens da pré-história.
12: A vida dos homens da pré-história era
muito diferentes da que temos hoje, mas as principais mudanças ocorreram com
eles, os homens da pré-história!
13: A agricultura é criação do homem da
pré-história
14: A caça e a pesca foram criadas pelo homem
pré-histórico
15: O período da pré-história é compreendido
entre os anos 12.000 a.C à 4000 a.C
16: O homem da pré-história aprendeu a polir a
pedra, e a partir disso criou instrumentos de caça e pesca
17: Os primeiros grupos e aldeias foram
criados perto de rios
18: Há dois períodos na época da pré-história
denominados de: Neolítico e Paleolítico
19: Durante o período neolítico, os homens
começaram a divisão de tarefas, tais como: as mulheres cuidavam das crianças e
da agricultura, e os homens dedicavam-se á caça
20: A divisão do trabalho e a diferenciação
social tiveram início nessa época
21: As trocas entre produtos tiveram início
durante o período Neolítico
22: Não havia moeda
23: O homem da pré-história desenvolveu
técnicas de tecelagem
24: As primeiras roupas foram criadas na
pré-história para que o homem se protegesse do frio e de possíveis machucados
25: Roupas de lã negra e de pele de cabra
foram inventadas pelo homem da pré-história
26: O homem do Paleolítico não acreditava em
deuses, mas sim na força da natureza
27: No final do período Paleolítico o homem já
morava em cavernas e caçava animais de grande porte como mamutes e renas
28: O Paleolítico compreende o período que vai
desde á origem do homem até 10 à 12 mim a.C
29: O homem do Paleolítico usava sua razão,
isto é, seu pensamento para manter sua sobrevivência.
30: A roda foi desenvolvida pelo homem da
pré-história
31: Vocês perceberam que alguns
objetos que usamos até os dias de hoje foram criados pelo homem da
pré-história? Quais são esses objetos?
32: As roupas, por exemplo, foram
criadas por eles, mas houve mudanças na produção e no material das roupas?
Quais?
33: Vocês acham que as descobertas
feitas no período da pré-história (fogo, roda, agricultura) foram importantes
para o desenvolvimento da humanidade? Por quê?
34: A roda, por exemplo, foi
importante para a criação de quais outros “objetos” ou “instrumentos”?
35: Será que o homem da pré-história
cuidava da natureza, preservando-a?
36: A evolução do homem e da
maneira de se viver foram importantes? Por quê?
Ufa:
- Alguém tem alguma dúvida?
Observação: As questões foram confeccionadas com base nas informações
dos sites abaixo:
Roteiro de leitura:
- Qual é o título do texto?
- Qual é o tema central
apresentado no texto?
- Qual parte te chamou mais a
atenção?
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
CONTEÚDOS:
Ø A Revolução Industrial e as
transformações nas formas de trabalho
Ø A Revolução Industrial de 1780 e
a noção de tempo útil
Ø A Manufatura e o sistema fabril
Ø As fases da Revolução
Ø O sistema fabril e a
proletarização dos camponeses
OBJETIVOS GERAIS
Ø Analisar o auge do longo processo capitalista que
culminou na Revolução
Industrial
que se consolidou entre 1760 e 1870.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ø Definir a grande transformação
que a máquina a vapor proporcionou
quando introduzida na Inglaterra no século XVIII.
Ø Identificar o papel da burguesia
na Revolução Industrial acentuando
que seus lucros se multiplicaram com a Revolução.
Ø Enunciar o pioneirismo inglês
através do longo processo anterior à Revolução e das inúmeras transformações
tecnológicas como a maquina a vapor e as estradas de ferro.
Ø Distinguir as duas principais
fases da Revolução Industrial.
Ø Debater, na Revolução Industrial,
o fim do trabalho em família e a noção de “tempo útil”, que inexistia até
então.
Ø Discutir a radical transformação
nas relações entre os homens e o imenso abismo que se abriu entre ricos e
pobres e entre países.
Ø Problematizar, de maneira
introdutória, o sistema de fábricas e a proletarização cultural dos camponeses.
PROBLEMATIZAÇÃO
Ø Levantar a problemática do
sistema de fábricas e a violenta transformação nas relações entre os homens
após a Revolução Industrial esboçando, o fim do trabalho em família com a
leitura, do documento do livro didático da turma, um fragmento de uma reportagem
da Folha de S. Paulo, de 10 de março de 1996, da jornalista Carla Aranha
Schtruk, na página 155, como estratégia para que os alunos exprimam a ideia de
que ouve uma violenta transformação no modo de vida dos camponeses, quando
foram proletarizados e urbanizados.
METODOLOGIA:
a)
ESTRATÉGIAS
Ø Primeiro passo será a localização
espaço-temporal falando sobre as intensas mudanças, não só econômicas e
tecnológicas, mas políticas e culturais que determinarão a passagem a Idade
Contemporânea no século XIX. Para tanto, procederei, com a escolha de um aluno
para ler o primeiro e o segundo parágrafos do texto base “A Revolução
Industrial”, do livro didático da turma, pagina 154. Incitarei a turma para
imaginar como seria a vida sem as máquinas, perguntando, como eles viveriam e
procurando, através de suas respostas, embarcar na discussão do conteúdo.
Ø Utilizando-se de todos os
recursos disponíveis na escola adequados a cada conteúdo (Mapas, data-show).
ATIVIDADES:
Ø Quando houver necessidade e tempo, selecionar
algumas sugeridas no livro didático ou elaborar novas conforme a necessidade de
cada turma e a disponibilidade de tempo quanto aos objetivos das mesmas , estes
estão muito bem abordados no livro didático.
AVALIAÇÃO:
Ø Os alunos serão avaliados de
foram diagnostica e processual, através das avaliações escritas, recuperações
paralelas, apresentação e elaboração de trabalhos; interesse e participação em
sala de aula. A avaliação também deve ser utilizada como instrumento para
verificar se a metodologia utilizada pelo professor está adequada para que
ocorra a aprendizagem dos conteúdos apresentados.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A
GRANDE REVOLUÇÃO SOCIOECONÔMICA
O
capitalismo industrial
A
Partir de 1750, iniciou-se na Europa um grande processo de transformações sócio
- econômicas conhecidas como Revolução Industrial. Esse conjunto de
transformações influenciou profundamente a vida de milhões de pessoas em quase
todas as regiões do planeta.
As
pequenas oficinas dos artesãos foram sendo substituídas pelas fábricas. As
simples ferramentas foram trocadas pelas novas máquinas que surgiram. As
tradicionais fontes e energia (água, vento e força muscular) foram superadas
pelas máquinas a vapor e pela eletricidade. A velha Europa agrária foi se
tornando uma região com cidades populosas e industrializadas.
Com
a Revolução Industrial, o capitalismo se consolidou definitivamente como modo
de produção. A indústria passou a substituir o velho comércio na condição de
principal setor de acumulação de riquezas.
As
relações de trabalho também se modificaram. Milhares de camponeses abandonaram
suas antigas ocupações, mudando-se para as cidades em busca de emprego nas
fábricas. Surgiu, então, uma das principais oposições de classe do capitalismo
industrial: de um lado, os empresários industriais (donos dos meios de produção
das fábricas) e, de outro, os operários urbanos (trabalhadores assalariados das
indústrias).
Etapas
de crescimento da produção
Durante
a Idade Moderna, a produção econômica européia passou por três etapas
principais: a artesanal, a manufatureira e a mecanizada.
Produção
artesanal
No
artesanato, o produtor (artesão) tinha pleno controle sobre as diversas fases
de produção. Ele fazia todo o serviço. Por isso não era necessária a divisão do
trabalho entre diversas pessoas.
Assim,
um artesão que, por exemplo, fizesse alfinetes precisaria conhecer e executar
as diversas tarefas dessa atividade. Isto e, tinha de pegar um arame,
endireitá-lo, cortá-lo, afiar uma ponta, colocar a cabeça na outra extremidade
e dar o polimento final.
O
artesão não apenas dominava o conjunto do processo produtivo. Ele também era
geralmente o dono dos instrumentos de produção, incluindo a oficina, as
matérias-primas e as ferramentas que utilizava.
Produção
manufatureira
As
manufaturas eram grandes oficinas onde predominava o trabalho manual dos
operários equipados com ferramentas. As manufaturas ainda não tinham máquinas
industriais, mas contavam com numerosos operários, que trabalhavam sob o comando
de um gerente de produção.
Nas
manufaturas surgiu a divisão do trabalho, que deu origem as linhas de operário
e de montagem, cujo objetivo era aumentar a velocidade de fabricação. Nessas
linhas de produção, cada operário cumpria uma tarefa específica.
No
caso da fabricação de alfinetes, por exemplo, um operário puxava o arame, outro
o endireitava, um terceiro o cortava, um quarto o afiava, um quinto esmerilhava
a outra extremidade para a colocação da cabeça, um sexto colocava a cabeça e um
sétimo dava o polimento final.
Da
mesma forma que o artesanato, as manufaturas não desapareceram. Quer dizer,
artesanato e manufaturas ainda continuam existindo como formas de produção.
Produção
mecanizada
Esse
estágio surgiu através da combinação de dois elementos: o aperfeiçoamento dos
métodos produtivos e o avanço técnico que resultou na invenção e
desenvolvimento de máquinas industriais.
A
produção mecanizada (maquinofatura), isto e, baseada em máquinas, levou a
substituição de varias ferramentas e do próprio trabalho de muitos operários.
O
estágio da produção mecanizada foi característico da Revolução Industrial.
A
Inglaterra e o pioneirismo industrial
A
Revolução Industrial começou na Inglaterra. Os principais fatores que
favoreceram esse pioneirismo industrial inglês:
•
Acumulo de capitais: a Inglaterra tinha a mais importante zona de livre
comércio da Europa, sobretudo depois da Revolução Gloriosa. A burguesia inglesa
possuía, portanto, um papel social importante na vida econômica do país. Além
disso, a Inglaterra contava com um sistema de créditos financeiros bem
desenvolvidos desde a fundação do Banco da Inglaterra em 1694. Tudo isso
permitiu a burguesia expandir O comercio marítimo (a frota naval inglesa era a
mais poderosa do mundo) e acumular capitais.
•
Controle capitalista do campo: O acumulo de capitais na Inglaterra levou ao
controle capitalista do campo. Os donos de capitais passaram a ampliar e
dirigir grandes propriedades rurais. Com a concentração da propriedade
agropastoril nas mãos de capitalistas houve melhoria dos métodos de produção e
aumento de produtividade, mas também a liberação de grandes levas de camponeses
de suas antigas funções. Esses camponeses foram obrigados a migrar para as
cidades (êxodo rural), submetendo-se, por fim, ao duro trabalha nas indústrias
em expansão. • Crescimento populacional: o aumenta da produção de alimentas e os pregressos da medicina no combate as epidemias contribuíram para o crescimento populacional. Esse aumenta populacional, associado ao êxodo rural, ampliou a oferta de mão-de-obra nas cidades. Eram trabalhadores sem outra meio de sobrevivência a não ser a trabalhar na indústria em troca de um salário miserável.
• Posição geográfica: o fato de a Inglaterra ser uma ilha situada a margem da Europa ocidental favoreceu a acessa ao comercio marítimo e a exploração dos grandes mercados ultramarinos. Além disso, O país possuía muitas jazidas de carvão, que lhe possibilitaram desenvolver indústrias baseadas no carvão. Os demais países europeus só contavam com a madeira como combustível.
O
pioneirismo inglês
A
Revolução Industrial começou na Inglaterra em meados do século XVIII. Várias
razões explicam esse pioneirismo.
A
Inglaterra foi o país que mais acumulou capital durante a Idade Moderna (século
XV ao XVIII). Essa acumulação de capital iniciou-se nos tempos da dinastia dos
Tudor, época em que empresários e governo obtiveram lucros extraordinários com
o comércio legal, a pirataria e os assaltos praticados nas costas da Ásia,
África e América. O país lucrou, também, com o comércio internacional
(incluindo-se aí o lucrativo tráfico negreiro), principalmente depois de
derrotar a Holanda e assumir a condição de maior potência naval do mundo.
O
processo de enriquecimento inglês ganhou um novo impulso com a Revolução
Inglesa. Esta deu aos capitalistas ingleses a estabilidade de que necessitavam
para expandir seus investimentos e aumentar seus lucros. Além disso, a Inglaterra firmou com outros países vários acordos comerciais extremamente vantajosos. Um desses acordos foi o Tratado de Methuem, celebrado com o decadente Reino de Portugal, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português Com esse acordo, Portugal endividou-se ainda mais com a Inglaterra. Para pagar sua dívida, viu-se forçado a usar a maior parte do ouro que extraía do Brasil no século XVIII. O ouro brasileiro acumulado no Banco da Inglaterra auxiliou, em muito, a arrancada inglesa rumo à industrialização.
Outra
razão importante do pioneirismo inglês foi a disponibilidade de mão-de-obra.
Como já vimos, milhares de camponeses, expulsos de suas terras pelos
cercamentos, migraram para as cidades, compondo as levas de desempregados
dispostos a trabalhar por baixíssimos salários na indústria nascente. A
disponibilidade de mão-de-obra foi ainda maior quando grande parte das oficinas
artesanais e manufaturas fecharam suas portas por não aguentar a concorrência
com as fábricas.
Os
recursos
algumas razões menores ajudam a explicar a
Revolução Industrial inglesa. Entre elas, cabe destacar:
•
A existência no território inglês de grandes jazidas de carvão e ferro,
matérias-primas essenciais à produção de energia a vapor e à construção de
máquinas;
•
A posição geográfica. O fato de a Inglaterra ser uma ilha estimulou e favoreceu
o comércio marítimo inglês. Ao mesmo tempo, contribuiu para preservar seu
território das intermináveis guerras que devastaram a Europa continental e que
retardaram o crescimento econômico de países como a França.
As
fases da revolução industrial
A
Revolução Industrial pode ser dividida em pelo menos duas grandes fases:
•
Primeira fase (1760-1860): nesse período, a Revolução Industrial ficou
limitada, basicamente, a Inglaterra. O grande destaque foi o desenvolvimento da
indústria de tecidos de algodão, com a utilização do tear mecânico. Além disso,
o aperfeiçoamento das maquinas a vapor teve extrema importância para a pra
progresso das fábricas.
•
Segunda fase (1860-1900): a Revolução Industrial espalhou-se pela Europa
central e oriental, atingindo países como Bélgica, França, Alemanha, Itália e
Rússia. Alcançando outros continentes, o processo de industrialização chegou
aos Estados Unidos e ao Japão. Nesse período, as principais inovações técnicas
foram a utilização do aço, superando o ferro, a aproveitamento da energia
elétrica e dos combustíveis petrolíferos, a invenção do motor a explosão, da
locomotiva, do barco a vapor e a desenvolvimento dos produtos químicos.
As
consequências da Revolução Industrial
Para
desenvolver suas indústrias, os empresários queriam liberdade econômica,
ampliação dos mercados consumidores e mão-de-obra barata para trabalhar nas
fábricas.
Sempre
com o objetivo de aumentar os lucros, o empresário industrial pagava o menor
salário possível, enquanto explorava ao máximo a capacidade de trabalho dos
operários. Em diversas indústrias, a jornada de trabalho ultrapassava 15 horas
diárias.
Os
salários eram tão reduzidos que mal davam para comprar a Alimentação de uma
única pessoa.
Para
sobreviver, o operário era obrigado a trabalhar com toda a sua família nas
fábricas, inclusive mulheres e crianças de até seis anos.
Além
de tudo isso, as fábricas tinham péssimas instalações, que prejudicavam a saúde
do trabalhador. Num relatório apresentado ao parlamento britânico em 1833,
apurou-se, por exemplo, que nas fábricas antigas e pequenas o ambiente é de
sujeira, pouca ventilação, falta de banheiros e vestiários, ausência de
exaustores para a poeira. Alguns tetos são tão baixos que se torna difícil
permanecer em pé. Nessas fábricas, existem crianças trabalhando o mesmo numero
de horas que os adultos. Os efeitos provocados por essa longa jornada de
trabalho são: deformação permanente da constituição física, aquisição de
doenças incuráveis (. . .)
Toda
essa terrível exploração do trabalho humano acabou gerando lutas entre
operários e empresários. Houve casos de grupos de operários que, armados de
porretes, atacaram as fábricas, destruindo suas máquinas. Para eles, as
máquinas representavam a miséria, os salários de fome e a opressão das
fabricas. Percebeu-se, depois, que a luta do movimento operário não devia ser dirigida
contra a máquina, mas contra o sistema de injustiças criado pelo capitalismo
industrial. Surgiram então os sindicatos operários, que iniciaram a luta por
melhores salários e condições de vida para o trabalhador.
Principais
efeitos da Revolução Industrial
Ao
lado das consequências sociais já apontadas vamos destacar alguns dos
principais efeitos da Revolução Industrial:
•
Urbanização: as cidades cresceram em função da concentração de indústrias e da
grande massa de trabalhadores. A população urbana aumentou rapidamente. Na
Inglaterra, por exemplo, o numero de habitantes subia num ritmo suave desde
1500. A partir de 1750, no entanto, houve verdadeiro salto populacional. De 6,5
milhões de habitantes em 1750, a população aumentou para 16,3 milhões em 1801,
e 27,5 milhões em 1851.
•
Divisão do trabalho: visando aumentar a produtividade industrial, o trabalho do
operário foi subdividido nas fabricas em múltiplas operações, dando origem as
linhas de montagem. O operário perdia a noção de conjunto do processo
produtivo. Dividindo o trabalho também se dividia o saber do trabalhador. A
divisão do saber conduziu a especialização das tarefas e a alienação* do
trabalhador em relação ao processo global.
*
Alienação: afastamento, separação, distanciamento; por extensão, significa
também ignorância. Falta de conhecimento.
•
Produção em série: as linhas de operação e de montagem existentes nas fábricas
trabalhavam para realizar uma produção em série do mesmo artigo. O aumento da
produção em série colaborou para igualar e massificar O gosto dos compradores
dos produtos industriais.
•
Desenvolvimento dos transportes e da comunicação: a Revolução Industrial
contribuiu diretamente para O progresso dos meios de transporte e de
comunicação, sem os quais seria impossível vender produtos industrializados no
mercado todo. Constituíram momentos significativos do progresso dos transportes
e das comunicações as invenções do navio a vapor, da locomotiva e do telegrafo.
PROGRESSO DOS TRANSPORTES E DAS COMUNICAÇÕES
DURANTE
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
TRANSPORTES
COMUNICAÇÕES
ANO
|
CONTRIBUIÇÃO
|
RESPONSÁVEL
|
ANO
|
CONTRIBUIÇÃO
|
RESPONSÁVEL
|
1834
|
Motor elétrico
|
Jacobi
|
1837
|
Telegrafo
|
Morse
|
1867
|
Dínamo
|
Siemens
|
1839
|
Maquina fotográfica
|
Daguerre
|
1885
|
Automóvel
|
Daimler/Benz
|
1861/76
|
Telefone
|
ReislBell Gray
|
1897
|
Motor diesel
|
Diesel
|
1877
|
Fonógrafo Edison
|
Edison
|
1903/04
|
Avião
|
Irmãos Wrigts/ Santos Dumont
|
1895
|
Projetor de cinema
|
Lumiere
|
1897
|
Telegrafo sem fios
|
Marconi
|
Obs.:
A história das invenções e uma sucessão de desenvolvimentos tecnológicos, não
existindo invento que não se possa ligar a contribuições anteriores e
posteriores.
A
REAÇÃO IDEOLÓGICA A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
As
teorias econômicas e sociais desde David Ricardo a Karl Marx
Os
efeitos do rápido processo de industrialização logo repercutiram por toda a
sociedade. Crescia o número de operários pobres que reclamavam, através dos
sindicatos, condições dignas de trabalho. Insensível as reivindicações dos
trabalhadores, a burguesia industrial só pensava em aumentar seus lucros e
enriquecer.
Essa
realidade provocou o surgimento de varias ideologias. Algumas tinham o objetivo
de justificar a organização da nova sociedade industrial capitalista. Outras,
identificadas com os interesses dos trabalhadores, denunciavam a exploração da
burguesia e pregavam uma sociedade mais livre e justa.
O
liberalismo econômico
Entre
as teorias que justificavam a sociedade industrial capitalista destacou-se o
liberalismo econômico, cujos principais representantes foram, além de Adam
Smith, Thomas Malthus (1766-1834) e David Ricardo (1772-1823).
Thomas
Malthus escreveu o Ensaio sobre os princípios da população. Nessa obra afirma
que a miséria dos trabalhadores era consequência de uma lei da natureza (a
burguesia não tinha culpa de nada). Para Malthus, devido a paixão entre os
sexos, a população crescia em progressão geométrica, enquanto as fontes de
alimentos e manutenção aumentavam em progressão aritmética. Concluía, então,
que os pobres deviam parar de fazer filhos. Quer dizer, a solução que ele dava
para a pobreza era simplesmente reduzir o aumento de nascimentos de pessoas
pobres.
David
Ricardo, em sua obra Princípios de economia política, afirmava que o trabalho
deveria ser encarado como uma mercadoria qualquer, sujeita a lei da oferta e da
procura. Se havia muita oferta de trabalho, o preço dessa mercadoria diminua,
resultando nos baixos salários. Não cabia ao Estado ou aos sindicatos exigir
aumentos de salários contrários a essa lei.
Assim
David Ricardo procurava justificar os salários de fome e a exploração dos
trabalhadores. A burguesia industrial não era culpada pela miséria dos
operários. Tudo se explicava pelas leis de mercado, pela lei da oferta e da
procura.
O
socialismo
Entre
as teorias que criticavam a exploração dos trabalhadores e as injustiças da sociedade
industrial destacou-se o socialismo.
Vejamos
as duas principais correntes socialistas: a utópica e a científica.
O
socialismo utópico
Pela
expressão socialismo utópico ficaram conhecidas as primeiras correntes
socialistas, formuladas por homens como Saint-Simon, Charles Fourier, Pierre
Proudhon e Robert Owen.
Saint-Simon
(1760-1825) criticou o liberalismo econômico e a desumana exploração dos
trabalhadores realizada pelos proprietários capitalistas. Pregava a extinção
das diferenças de classe e a construção de uma sociedade em que cada pessoa
ganhasse de acordo com o real valor de seu trabalho.
Fourier
(1772-1837) imaginou uma sociedade harmoniosa de indivíduos vivendo em
comunidades (falanstérios) livres. Todos poderiam se dedicar a produção industrial
ou agrícola. Dependendo da decisão democrática de seus membros.
Proudhon
(1804-1865) afirmava que a propriedade privada era um roubo, sendo mantida ria
base da exploração do trabalho alheio. Pregava a igualdade e a liberdade para
todos os indivíduos, que viveriam numa sociedade harmônica, sem a força do
Estado.
Owen
(1771-1852) pregou a organização da sociedade em comunidades cooperativas
(trade - unions) compostas por operários, em que Cada um receberia de acordo
com as suas horas efetivas de trabalho.
Socialismo
cientifico
Pensadores
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) desenvolveram o que eles
mesmos chamaram de socialismo cientifico. Por que científico? Porque se baseava
numa analise histórico - filosófica da sociedade e não apenas em ideais de
justiça social.
Vejamos
algumas ideias do socialismo cientifico, ou simplesmente marxismo:
•
A dialética: A natureza e a sociedade passam por um processo de permanente
evolução. Esse processo e dialético, isto é, move-se pela luta de forças
contrárias (o positivo e o negativo, a vida e a morte, o explorado e o
explorador, o amor e o ódio etc.), Essa luta promove mudanças quantitativas e
qualitativas na realidade.
•
O modo de produção: Toda sociedade possui uma base material (estrutura)
representada pelas forças de produção econômica e pelas relações sociais de
produção. Isso representa o modo de produção da vida material da sociedade.
Esse modo de produção condiciona, de maneira geral, a vida social, política e
intelectual. Assim, para Marx, não e a consciência dos homens que determina sua
existência, mas, ao contrário , é a sua existência social que determina a sua
consciência.
•
A luta de classes: Em termos sociais, o motor da história humana e a luta de
classes. Essa luta só terminaria com o aparecimento da sociedade comunista
perfeita. Nela desaparecia a exploração de classes e as injustiças sociais.
Entre
as principais obras dos fundadores do marxismo podemos citar: Contribuição a
crítica da economia política (1859), Manifesto comunista (1848) e o capital, de
Marx (cujo primeiro volume foi publicado em 1867).
O
manifesto comunista
Eis
um pequeno trecho do Manifesto comunista, elaborado por Karl Marx e Friedrich
Engels e publicado em 1848:
A
história de todas as sociedades que existiram ate nossos dias tem sido a
história das lutas de classes.
Homem
livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e
oficial, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, tem
vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que
terminou, sempre, ou por transformação revolucionaria da sociedade inteira ou
pela destruição das suas classes em luta.
A
sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não
aboliu os antagonismos de classes. Não fez senão substituir velhas classes,
velhas condições de opressão, velhas formas de luta por outras novas. (....) A
sociedade divide-se cada vez mais em duas grandes classes diametralmente
opostas: a burguesia e o proletariado.
Todos
os movimentos históricos tem sido, até hoje, movimentos de minorias ou em
proveito de minorias. O movimento proletário e o movimento espontâneo da imensa
maioria, em proveito da maioria.
Proletários
de todos os países, uni-vos.
O pensamento social-cristão
Uma
série de pensadores cristãos, como Robert Lamennais, Adolph Wagner, J. D.
Maurice e outros, procuraram lançar apelos as classes dominantes a fim de que
fossem aliviados os sofrimentos das classes trabalhadoras.
Nasceu
assim o chamado socialismo cristão, uma tentativa de aplicar os ensinamentos
evangélicos de amor e de respeito ao próximo aos problemas sociais gerados pela
industrialização.
Em
1891, O papa Leão XIII promulgou a encíclica Rerum novarum, em que expunha o
pensamento social católico. Reconhecia o direito a propriedade privada e
rejeitava a teoria marxista. Condenava, entretanto a ganância capitalista e a
exploração desumana do trabalho.
Leão
XIII propunha que os empregadores reconhecessem os direitos fundamentais do
empregado, tais como: limitação das horas de trabalho, descanso semanal,
estabelecimento sa1ários dignos etc.
A
encíc1ica recomendava também a intervenção do Estado para melhorar as condições
de vida dos trabalhadores nos setores de habitação e de saúde.
Rerum novarum
A
encíclica Rerum novarum, do papa Leão XIII, publicada em 1891, e um importante
marco da doutrina social católica.
Vejamos
um pequeno trecho dessa encíclica:
O
trabalho material (...), longe de ser causa de vergonha, honra O homem, porque
representa um meio nobre de manutenção da vida. O que é vergonhoso e desumano é
a exploração do homem como mesquinho instrumento de lucro. Entre
os principais de veres do patrão, destaca- se, em primeiro lugar, O de dar a
cada trabalhador o salário que lhe compete. Para fixar o salário por critérios
justos, ha numerosos aspectos a serem considerados; entretanto, de modo geral,
o patrão deve lembrar-se de que explorar a miséria e a pobreza dos
trabalhadores e especular sobre sua indigência são coisas condenadas pelas leis
divinas e humanas.
As
máquinas
O
primeiro ramo da indústria a se utilizar de máquinas foi o da fiação e
tecelagem de algodão, ramo industrial que ofereceu grande fascínio sobre o
empresariado inglês por três razões principais:
•
o algodão, produzido em grandes quantidades no Oriente e no sul dos Estados
Unidos, era relativamente barato;
•
os tecidos de algodão vinham sendo cada vez mais procurados em todo o mundo,
tendo, inclusive, grande aceitação nas colônias;
•
inexistência de leis que dificultassem o progresso desse ramo da indústria, ao
contrário do que ocorreu com a indústria de tecidos de lã, sobre a qual pesava
uma legislação complexa.
Estimulados
por esses três fatores, os capitalistas passaram a oferecer recompensa em
dinheiro para quem inventasse máquinas que superassem os velhos processos de
fiar e tecer.
Em
1767, um carpinteiro chamado James Hargreaves inventou a spinning-jenny, uma
roda de fiar que produzia oito ou mais fios ao mesmo tempo. Dois anos depois,
Richard Arkwright inventou a water-frame, uma máquina de fiar hidráulica mais
rápida que a jenny e que produzia fios de boa qualidade. Tais fios, porém, eram
grossos e só possibilitavam a fabricação de tecidos inferiores aos produzidos
pelos artesãos hindus.
Em
1779, Samuel Crompton solucionou esse problema inventando uma máquina que,
reunindo elementos das máquinas anteriores, fabricava fios resistentes e finos
com os quais tornou-se possível fazer tecidos leves. Pouco tempo depois, outra
inovação, desta vez no campo da tecelagem: Cartwright inventou o tear mecânico,
cuja capacidade de produção é muitas vezes maior que a do tear normal.
Em
1782, James Watt aperfeiçoou a máquina a vapor, considerada um dos maiores
inventos do início da Revolução Industrial.
A
partir desse acontecimento, tornou-se possível substituir a energia humana pela
energia a vapor não só na fabricação de tecidos mas também em inúmeros outros
ramos da indústria.
Como
a utilização do vapor exigia máquinas construídas com ferro, aperfeiçoaram-se
os métodos da fundição desse metal e, com isso, a indústria siderúrgica cresceu
extraordinariamente.
Tais
avanços no campo da técnica industrial e na área siderúrgica propiciaram uma
revolução nos meios de transporte: a invenção do barco a vapor (1807) e da
locomotiva (1814). Essas inovações diminuíram o tempo, os riscos e os custos
das viagens, contribuindo de modo decisivo para ampliar os mercados e dar
enorme impulso à industrialização.
Efeitos
da Revolução Industrial
Com
a Revolução Industrial, verificou-se a consolidação do capitalismo (sistema de
produção que se baseia no trabalho assalariado), e formaram-se dois novos
grupos sociais: a burguesia industrial e o operariado, cujos interesses eram,
muitas vezes, contrários.
Ocorreu,
também, um aumento crescente da divisão do trabalho: cada trabalhador passou a
executar apenas uma das inúmeras tarefas do processo de produção. Nascia,
assim, a chamada linha de montagem. Esse parcelamento cada vez maior do
trabalho era vantajoso para o capitalista que, com isso, obtinha mais produtos
num número menor de horas. Era, porém, desvantajoso para o operário, que perdia
o conhecimento e o controle do processo de produção como um todo. Afinal, ao
ser expropriado do saber que antes possuía, sobrou-lhe apenas a força de
trabalho, pela qual, na época, o capitalista pagava um preço irrisório.
Registrou-se,
ainda, o advento da estrada de ferro e a evolução dos meios de transporte
(locomotiva, navio a vapor) e das comunicações (telégrafo, telefone, projetor
de filmes e outros).
Ao
mesmo tempo, pôde-se notar um aumento extraordinário da população mundial que,
de 600 milhões de habitantes em 1750, saltou para 1 bilhão e 200 mil em 1850.
Somente na Inglaterra, a população quase triplicou nesse período.
Passando
a abrigar um número cada vez maior de fábricas e operários, as cidades
cresceram de modo vertiginoso. Entre 1831 e 1841, a população de Londres
aumentou em 130 mil pessoas, ocorrendo algo semelhante em outras grandes
cidades como Paris, Viena e Berlim.
O
cotidiano do operariado
Todavia,
nessas cidades, a vida dos operários era muito diferente da dos industriais.
En-quanto a burguesia industrial investia, consumia e lucrava cada vez mais,
colhendo os melhores frutos dessa modernização, o operariado era submetido a
péssimas condições de vida e de trabalho.
Os
operários-- homens, mulheres e crianças - trabalhavam de 14 a 18 horas por dia,
com apenas uma ou duas pausas, rigorosamente controladas. Os horários eram
impostos por meio de multas e ameaças. As crianças eram surradas por qualquer
brincadeira, atraso ou erro no trabalho.
Mulheres
e crianças a partir de 6 anos muitas delas tiradas de orfanatos - recebiam
menos da metade do salário de um homem, por isso eram a mão-de-obra preferida
dos empregadores.
O
ambiente nas fábricas era sujo, mal-iluminado, sem ventilação adequada e havia
falta de banheiros e refeitórios. A iluminação a gás, instalada nas fábricas no
início do século XIX, permitiu que o empresário obrigasse seus operários a
trabalharem muitas horas depois do sol se pôr. Como os salários mal davam para alimentar uma só pessoa, as famílias operárias eram obrigadas a viver em cômodos minúsculos, úmidos e mal-ventilados, o que contribuía para que fossem as principais vítimas do cólera e do tifo, doenças que castigavam a Europa com freqüência naquela época.
Essa
realidade, típica das maiores cidades da Inglaterra na primeira metade do
século XIX, reproduziu-se em todos os centros urbanos dos países para os quais
a Revolução Industrial foi se propagando.
O
movimento operário
Reagindo
à rotina diária e às péssimas condições de vida a que estavam submetidos, os
operários se uniram para lutar contra essa realidade.
Uma
de suas primeiras reações foi o ataque e a destruição de máquinas. Esse
movimento espontâneo do operariado ocorreu na segunda década do século XIX e
ficou conhecido como ludismo, pois um de seus líderes chamava-se Ned Ludd.
Posteriormente,
refletindo melhor sobre a situação em que se encontravam, os operários passaram
a reagir com greves e passeatas, organizadas por suas associações, as
trade-unions.
Embora
tivessem sido reprimidas violentamente pelo governo, tais associações reuniram
um número cada vez maior de operários, fortaleceram-se e evoluíram com o nome
de sindicatos.
Com
o objetivo de ampliar a sua participação política, em 1838, trabalhadores
ingleses redigiram a Carta do Povo, um documento por meio do qual exigiam o
voto secreto e universal e a participação de representantes da classe
trabalhadora no Parlamento. Essa manifestação operária ganhou milhares de
adeptos em poucos meses e deu origem ao chamado movimento cartista.
O
governo inglês negou-se a atender às exigências do movimento cartista e deu
ordens para que a polícia reprimisse duramente as greves e os tumultos que
explodiram logo após a sua recusa.
O
movimento operário, entretanto, continuou crescendo e pressionando as
autoridades.
Em
fins do século XIX, finalmente, os governos dos países industrializados
viram-se forçados a promulgar uma série de leis trabalhistas, dentre as quais
cabe destacar: redução da jornada de trabalho para 10, 9 ou 8 horas;
regulamentação do trabalho da mulher e do menor (proibiu-se, por exemplo, o
trabalho para menores de 14 anos); salário mínimo; descanso semanal; férias;
aposentadoria; direito de greve e legalização dos sindicatos.
As
novas doutrinas sociais
Vários
pensadores procuraram respostas para os graves problemas sociais decorrentes da
Revolução Industrial. Tendo por bases suas ideias, podemos reuni-los em dois
grandes grupos. Um deles - identificado com os interesses das camadas burguesas - elaborou teorias que justificavam a exploração do trabalho humano e a pobreza existentes na nova sociedade industrial capitalista. Fazem parte desse grupo os adeptos do liberalismo econômico.
O
outro - olhando a realidade do ponto de vista dos trabalhadores - formulou
teorias que criticavam frontalmente o capitalismo e propunham novas formas de
organização da sociedade. Nesse grupo estão os socialistas e os anarquistas.
O
pensamento dos liberais e o de seus maiores opositores, os socialistas e os
anarquistas.
O
liberalismo econômico
Os
pensadores liberais defendiam o livre-comércio entre países, a não intervenção
do Estado na economia e a livre concorrência que, na opinião deles, serviria
para eliminar os incompetentes e forçar a queda de preços.
Os
principais defensores do liberalismo econômico foram: Adam Smith, Thomas
Malthus (1766-1834) e David Ricardo (1772-1823).
Thomas
Malthus escreveu o Ensaio sobre o Princípio da População. Nessa obra, ele diz
que a população tende a crescer em progressão geométrica, enquanto a produção
de alimentos aumenta em progressão aritmética. E que, portanto, o problema da
pobreza é impossível de ser resolvido. Assim, a única forma de se evitar
catástrofes seria negar assistência social aos pobres e orientá-los no sentido
de controlar a natalidade.
David
Ricardo, autor de Princípios de Economia Política e Tributação, afirmava que os
salários sempre tendem a ser equivalentes ao mínimo necessário à sobrevivência
do trabalhador. Pois, caso ultrapassassem esse limite, os operários teriam mais
filhos, o que aumentaria a oferta de mão-de-obra e faria com que os salários
voltassem a baixar. Tomando por base esse pensamento, os salários baixos e a
pobreza são consequência de uma lei natural - a lei da oferta e da procura - e,
portanto, não há como se opor a essa situação.
O
socialismo cristão
O
precursor do pensamento social-cristão foi o sacerdote francês Robert Lamennais
(1782-1854), que propunha a prática dos ensinamentos cristãos, especialmente do
amor, da cooperação e do respeito entre as pessoas, como solução para os
problemas sociais gerados pela nova sociedade industrial.
Agindo
assim, ele lançou as bases do chamado socialismo cristão, doutrina social que
ataca tanto a exploração capitalista quanto o marxismo e propõe a urgente
"humanização" do capitalismo.
Essa
doutrina ganhou impulso e consistência em 1891, com a publicação da encíclica
Rerum Novarum, do papa Leão XIII. Nela, o papa se colocou a favor da reforma
agrária, da existência de associações operárias autênticas e de leis que
assegurassem salários dignos e jornadas de trabalho menos extenuantes. Ele
considerava que "as classes não são por natureza hostis entre si" e
que, por isso, deveria haver colaboração entre patrões e empregados.
O
anarquismo
O
anarquismo teve entre seus principais representantes Mikhail Bakunin
(1814-1876).
Os
pensadores anarquistas, assim como os socialistas, criticavam duramente a
divisão de classes, a exploração do trabalhador, bem como o fato de os meios de
produção estarem concentrados nas mãos de um pequeno número de pessoas. Eles
acreditavam que somente numa sociedade em que houvesse, de fato, igualdade as
pessoas poderiam desenvolver plenamente as suas potencialidades.
Mas,
enquanto os marxistas propunham o controle do Estado pelos trabalhadores, até
que as desigualdades sociais fossem eliminadas, os anarquistas defendiam a
imediata destruição do Estado, pois, por princípio, eram contrários à
existência de qualquer tipo de governo. Vale lembrar que a palavra anarquia é
de origem grega e significa "ausência de poder".
Russo
Mikhail Bakunin criticava o marxismo ao afirmar que, "ao tomar o poder, o
grupo que representasse os trabalhadores se converteria numa minoria privilegiada
(...) de ex-trabalhadores que, uma vez transformados em governantes, passariam
a representar não o povo, mas a si mesmos e seus pretensos direitos de governar
o povo" (Citado por Mavin Perry. Civilização ocidental; uma história
concisa, p. 555.).
Os
ideais anarquistas, além de se propagarem pela Europa e por várias partes do
mundo, penetraram no Brasil trazidos pelos imigrantes europeus e influenciaram
fortemente o movimento operário brasileiro, nas primeiras décadas do século XX.
Como nasce uma invenção?
Uma
invenção não nasce apenas do talento e do esforço de um indivíduo, mas do
desempenho de vários, pois um invento sempre está de alguma forma relacionado
ao anterior. Uma invenção também não nasce por acaso. Surge do empenho de
pessoas que procuram respostas para as necessidades sociais de seu tempo.
O operário contra a máquina
A
invenção das máquinas provocou reação imediata dos trabalhadores que perceberam
o perigo do desemprego e da miséria. Eles reagiram organizando grupos com a
finalidade de destruir as máquinas. A primeira lei contra os "quebradores
de máquinas" foi promulgada em 1769, punindo-os com a pena de morte. Mesmo
assim, os motins continuaram, conforme relata o industrial Josiah Wegwood:
"Ao
virmos para cá (Bolton) encontramo-nos na estrada com uma turma de várias
centenas de homens. Creio que passavam de 500, e como lhes perguntamos por que
razão se encontravam reunidos em tão grande número, disseram que acabavam de
destruir algumas máquinas e tinham intenção de fazer outro tanto em todo país.
No
mesmo dia, nas primeiras horas da tarde, uma grande fábrica situada em Crosley
foi atacada por eles. O chefe da fábrica pôde, com ajuda de vizinhos, rechaçar
o ataque e salvar a fábrica por esta vez. Dois dos assaltantes morreram no
lugar. Aquela gente se exaltou e jurou vingar-se. Assim, pois, passaram o
domingo e a manhã de segunda reunindo fuzis e munições. Mineiros se juntaram
então a eles e mais outros operários, tantos que seu número chegou, segundo
disseram, a 8.000 homens. Estes marcharam, com toque de tambores e com
bandeiras despregadas, até a fábrica de onde haviam sido rechaçados no sábado.
Acharam ali sir Richard Clyton à frente de uma guarda de 50 inválidos. Que
podia fazer com um punhado de homens contra esses milhares enraivecidos?
Tiveram que retirar-se e desempenhar o papel de espectadores, enquanto a
multidão destruía de cima a baixo máquinas avaliadas em mais de 10.000 libras.
Na terça pela manhã, ouvimos seus tambores a uma distância de duas milhas,
pouco antes de abandonar Bolton. Sua intenção declarada era apoderar-se da
cidade, depois de Manchester, Stockport, e daí marchar para Cromford para
destruir as máquinas não só nestes lugares como em toda a Inglaterra".
(Citado
em Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP). Coletânea
de documentos históricos para o 1º grau: 5ª a 8ªséries, p. 85.)
Locomoção,
industrialização e disciplina.
Em
1793, restabeleceu-se na Inglaterra a liberdade de locomoção para os pobres
(esta tinha sido proibida por uma lei de 1662). Famintos e miseráveis, expulsos
de suas terras, puderam se dirigir também às indústrias, com perspectivas de
salários regulares. A chegada à indústria de trabalhadores de origem agrícola é
um fenômeno histórico inseparável do fenômeno da industrialização.
Tendo
conseguido um número suficiente de trabalhadores, os capitalistas passaram a se
preocupar em ensiná-los a trabalhar no ritmo exigido por eles (...)
Então,
os trabalhadores foram reunidos em locais de trabalho fixo, nem sempre em
condições de recebê-los. Nestes locais, dava-se a cada operário uma determinada
quantidade de trabalho, a ser entregue num prazo pré-fixado.
Para
se conseguir deles constância (regularidade), criaram-se multas e leis em favor
do empregador. A mais famosa dessas leis foi aquela conhecida como a Lei do
Senhor e Empregado. Ela permitia o encarceramento do operário que abandonasse o
trabalho, e o pagamento de um salário tão pequeno que obrigava o operário a
trabalhar sem parar - a semana inteira - para obter o mínimo de sobrevivência.
Só se parava aos domingos, dia de orar ao Senhor, de agradecer a Deus a tirania
do relógio, a divisão da vida em minutos, a batida regular da máquina e uma
vida disciplinada e controlada pelo capitalista. Uma vida urbana impregnada de
fumaças e imundícies, sem serviços públicos básicos, repleta de doenças
respiratórias ou intestinais. (...)
Daí
as ondas de desespero que assolaram a Inglaterra na primeira metade do século
XIX, e o crescimento das ideias, entre os trabalhadores, dos sindicatos gerais
e de "greve geral". Ideias desenvolvidas por famintos numa Inglaterra
podre e rica.
(Letícia
Bicalho Canêdo. A Revolução Industrial, pp. 54-56. Texto adaptado.)
BIBLIOGRAFIA
Boulos
Junior, Alfredo
Historia
geral: moderna e contemporânea, v. 2/Alfredo Boulos Junior. –
Ed.
Renovada. –São Paulo: FTD, 1997.
A
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Vítimas
do cólera e do tifo, doenças que castigavam a Europa com frequência naquela
época. Essa realidade, típica das maiores cidades da Inglaterra na primeira metade do século XIX, reproduziu-se em todos os centros urbanos dos países para os quais a Revolução Industrial foi se propagando.
O
movimento operário
Reagindo
à rotina diária e às péssimas condições de vida a que estavam submetidos, os
operários se uniram para lutar contra essa realidade.
Uma
de suas primeiras reações foi o ataque e a destruição de máquinas. Esse
movimento espontâneo do operariado ocorreu na segunda década do século XIX e
ficou conhecido como ludismo, pois um de seus líderes chamava-se Ned Ludd.
Posteriormente,
refletindo melhor sobre a situação em que se encontravam, os operários passaram
a reagir com greves e passeatas, organizadas por suas associações, as
trade-unions.
Embora
tivessem sido reprimidas violentamente pelo governo, tais associações reuniram
um número cada vez maior de operários, fortaleceram-se e evoluíram com o nome
de sindicatos.
Com
o objetivo de ampliar a sua participação política, em 1838, trabalhadores
ingleses redigiram a Carta do Povo, um documento por meio do qual exigiam o
voto secreto e universal e a participação de representantes da classe
trabalhadora no Parlamento. Essa manifestação operária ganhou milhares de
adeptos em poucos meses e deu origem ao chamado movimento cartista.
O
governo inglês negou-se a atender às exigências do movimento cartista e deu
ordens para que a polícia reprimisse duramente as greves e os tumultos que
explodiram logo após a sua recusa.
O
movimento operário, entretanto, continuou crescendo e pressionando as
autoridades.
Em
fins do século XIX, finalmente, os governos dos países industrializados
viram-se forçados a promulgar uma série de leis trabalhistas, dentre as quais
cabe destacar: redução da jornada de trabalho para 10, 9 ou 8 horas;
regulamentação do trabalho da mulher e do menor (proibiu-se, por exemplo, o
trabalho para menores de 14 anos); salário mínimo; descanso semanal; férias;
aposentadoria; direito de greve e legalização dos sindicatos.
As
novas doutrinas sociais
Vários
pensadores procuraram respostas para os graves problemas sociais decorrentes da
Revolução Industrial. Tendo por bases suas ideias, podemos reuni-los em dois
grandes grupos.
Um
deles - identificado com os interesses das camadas burguesas - elaborou teorias
que justificavam a exploração do trabalho humano e a pobreza existentes na nova
sociedade industrial capitalista. Fazem parte desse grupo os adeptos do
liberalismo econômico.
O
outro - olhando a realidade do ponto de vista dos trabalhadores - formulou
teorias que criticavam frontalmente o capitalismo e propunham novas formas de
organização da sociedade. Nesse grupo estão os socialistas e os anarquistas.
seguir, de modo resumido, apresentaremos o pensamento dos liberais e o de seus
maiores opositores, os socialistas e os anarquistas.
Surge
o relógio
No
século XV surgiu na Europa um instrumento que representava muito bem o passar
do dia: o relógio. De início, ele despertou muita desconfiança. Ninguém queria
se submeter a uma máquina. A luz e os sinos dividiam muito sabiamente o dia e a
noite.
Era
impossível comparar todos os dias do ano. No verão mais luz, no inverno mais
escuridão. E o relógio estranhamente dividia o dia do homem medieval em 24
partes iguais, em qualquer estação do ano.
O
crescimento das cidades e do comércio favoreceu a organização de uma vida
ritmada, marcada pelas horas. O trabalho na cidade não precisava seguir o fluxo
da natureza.
As
corporações de ofício intensificavam a produção de utensílios que eram
negociados nas vilas e cidades. Para produzi-los, o trabalho centrado nas vilas
e cidades medievais dispensava o ritmo da natureza.
Crescia
a importância do relógio.
Ganhar
ou perder tempo são expressões típicas da sociedade moderna. Pensar que o tempo
que o tempo é dinheiro só faz sentido em sociedades industrializadas em que o
homem pode vender seu tempo de trabalho ao dono da empresa. (...)
Felizmente
nem sempre o tempo representou dinheiro. Antes do século XV, na Idade Média
ninguém se preocupava em medir matematicamente o tempo. Ninguém precisava ter
pressa, pois não faria nada além do que Deus havia determinado. Trabalhando
muito ou pouco, o servo continuaria sendo servo e o senhor, senhor.Transcrito
de História &Vida integrada: Nelson Piletti, Claudino Piletti — São
Paulo: Atica 2005 - texto de Janice Teodoro da Silva.
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TEMPOS MODERNOS(Charles chaplin)
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